O que você precisa saber sobre negociar com o Brasil?

Trabalhar com mercados diferentes é uma excelente estratégia para empresas que não querem ficar dependentes, afinal quanto mais países se alcança, menor o risco de estar refém em casos de sazonalidade ou crises dos poucos parceiros comerciais que mantém.

O mundo é repleto de países que atuam no mercado internacional, sendo que alguns são especialistas em determinados produtos, a depender do seu território e clima, enquanto outros podem produzir praticamente qualquer coisa já que possuem vasto espaço, população abundante e clima favorável, como a China, Estados Unidos, Índia, Rússia e o Brasil.

Este último, o Brasil, país com o quinto maior território do planeta e uma das maiores economias do mundo, está repleto de oportunidades para agentes de cargas, mas antes de se aventurar é necessário entender alguns detalhes importantes para evitar problemas sérios.

Quais as vantagens de trabalhar com o Brasil

Com extenso território e população abundante, esta nação está localizada na América do Sul e é a maior economia do continente. O Brasil mantém uma balança comercial equilibrada, sobretudo para quem busca oportunidades no comércio exterior, já que o país possui tanto um alto volume de exportações como de importações.

Além de oferecer muitos negócios para compartilhar, o Brasil também é país de um povo envolvente, com uma cultura deslumbrante e receptiva, o que torna a negociação bastante tranquila, já que os executivos brasileiros se sentem confortáveis com o contato, reuniões, ligações e teleconferências.

Quais cuidados são necessários ao negociar com o Brasil

Por ser uma economia emergente, os agentes de cargas estrangeiros precisam se atentar para alguns detalhes importantes antes de procurarem um parceiro de negócios no país latino-americano. Com a taxa de câmbio entre a moeda local e o dólar, é comum se ouvir falar de agentes de cargas que recebem de seus clientes o valor para pagamento do frete e não repassam aos armadores, embolsando o dinheiro.

Além disso, a instabilidade econômica torna um pouco mais arriscado para agentes de cargas que não conhecem os detalhes operacionais da burocracia do processo, o que pode resultar em multas e outros percalços que, quando ocorrem, podem gerar transtornos para todos os lados, mas principalmente para quem quer desbravar este país continental.

Legislação

Nunca envie um embarque para o Brasil antes de receber aprovação formal do consignatário. A legislação brasileira impõe que o importador seja registrado e autorizado para poder atuar no comércio exterior. 

Somado a isso, todo embarque exige diversos documentos e informações detalhadas que, quando ausentes, geram problemas para o importador e para o agente de cargas, a exemplo da madeira utilizada para o embarque, que se não for tratada e certificada deverá ser reexportada antes do produto ser liberado pela alfândega.

Risco financeiro

Todos os erros presentes em embarques de carga internacional levam tempo para serem resolvidos, o que pode gerar custos extras de armazenagem, demurrage, multas, vistorias extras ou análises periciais por engenheiros (nos casos em que a receita federal desconfiar que o produto não é o que está sendo declarado).

Outro fator de preocupação é a disparidade e instabilidade cambial que transforma alguns dólares em muitos reais (moeda local) após conversão, motivando alguns empresários a nem sempre cumprirem com suas obrigações financeiras, uma vez que pode haver variações de 10 a 15% na moeda brasileira em apenas algumas semanas. Portanto, é importante entender a saúde financeira do agente de cargas antes de iniciar os trabalhos com ele.

Idioma

O idioma local é o português brasileiro, variante do português de Portugal, país que colonizou o Brasil. Os profissionais de comércio exterior em sua maioria escrevem e entendem bem inglês e espanhol, então não será difícil negociar em qualquer um dos três idiomas.

Fora do ambiente de negócios, as pessoas não possuem boa fluência em línguas diferentes do português, então pode ser um pouco difícil viajar para o Brasil sem que haja ajuda de alguém local, uma vez que as pessoas nem sempre conseguem entender o que estrangeiros falam e a sinalização no Brasil não é bilíngue.