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Produtos típicos exportados pelo Nordeste

As exportações brasileiras possibilitam o aumento da escala de produção, a aquisição de conhecimento e o aproveitamento de ganhos com especialização em etapas das cadeias globais de valor, trazendo para o Brasil grande visibilidade internacional e aumento da qualidade de nossa agricultura e produções internas, o que gera muita renda.  

No último ano as exportações atingiram US$ 280.,4 bilhões e contribuíram para a recuperação da economia, e os principais parceiros comerciais foram China, União Europeia, Estados Unidos, Mercosul e Japão. 

Hoje, o Brasil é a  13ª maior economia global, mas ocupa a 25.ª posição entre os exportadores mundiais de bens. Cada região do país tem sua parcela na composição de nossa balança comercial, e hoje vamos falar da importância do Nordeste para esse todo. 

A área territorial do Nordeste é equivalente à da Mongólia, com cerca de 1.558.000 km², sua população é equivalente à da África do Sul, e é a região com maior número de estados brasileiros (nove): Alagoas, Ceará, Bahia, Paraíba, Maranhão, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. No ranking dos países que mais exportam, publicado em 2019, a Bahia ocupava a 10ª posição, enquanto o Ceará a 14ª, o que representou na época 1% das exportações Brasileiras. 

De acordo com o Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE), as exportações nordestinas foram beneficiadas em 2021, pelo aumento no preço de commodities como grãos, minérios e derivados de petróleo. Já as exportações no setor agropecuário, cresceram, principalmente, devido ao aumento na venda de soja. A soja também foi responsável por deixar a Bahia com a maior participação nas exportações da região. 

  

Mas quais são os produtos típicos exportados por essa região? 

O Nordeste é uma região extremamente produtiva, que bate recordes seguidos de produção, a despeito dos efeitos climáticos extremos da região. Com o passar dos anos, os Estados do Nordeste vêm se empenhando para diversificar os cultivos e intensificar o uso de novas tecnologias, já que a produção de alimentos é uma das principais formas de geração de renda. As exportações nordestinas estão concentradas em quatro estados: Maranhão (20,4%), Ceará (12,5%), Pernambuco (10,6%) e Bahia (47,4%), que responderam por 91,0% do total das exportações do Nordeste, em 2018. 

A fruta mais consumida no mundo, a banana, é também a mais cultivada no país, por ser também uma preferência dos brasileiros. Segundo a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), vinculada ao Ministério da Integração Nacional, são mais de 2.7 milhões de toneladas dessa fruta produzida por ano, na área que inclui Nordeste, norte de Minas e Espírito Santo. O município de Bom Jesus da Lapa, na Bahia, se destaca por produzir mais de 160 mil toneladas ao ano. 

A laranja vem logo em seguida. Além dos pomares tradicionais cultivados no agreste baiano, o Oeste da Bahia tem tido uma crescente participação nos cultivos, como por exemplo no município de Barreiros. Tão significativo quanto a laranja, o coco ocupam a terceira posição, sendo a região responsável por mais de 80% da produção nacional de coco. 

Não podemos esquecer da importância econômica de alguns municípios de Pernambuco, do Ceará e do Norte da Bahia. Os produtores destas áreas adaptaram o cultivo de videiras às diferentes condições climáticas do Nordeste, e hoje já ocupam mais de 30% das exportações de uvas produzidas no Brasil. 

A soja, principal produto agrícola de exportação, tem participação de 10% das exportações que saem do Brasil a partir da região Nordeste, da área do Matopiba, que abriga municípios do Oeste da Bahia, Maranhão, Tocantins e Piauí. A mandioca também é um grande partícipe da economia nordestina, ainda que essa representatividade tenha decrescido nos últimos anos. 

Pode parecer improvável, mas o semiárido é uma das regiões com grande relevância produtiva. Dados mostram que 63% das bananas são cultivadas em áreas com este tipo de clima. O mesmo ocorre com 93% das mangas, cerca de 73% do maracujá, mais de 95% das uvas e 98% da soja. 

É um ótimo desempenho para a região com um dos climas mais secos do mundo, já que segundo a classificação mundial meteorológica, a precipitação dessa área oscila entre 200 e 400 milímetros somente. O clima semiárido é caracterizado por altas temperaturas, baixa umidade e pouca chuva, ou seja, fatores bastante adversos. 

Alguns dados interessantes trazidos pela Rede Agropecuária de Comércio Exterior (InterAgro), mostram as principais exportações agropecuárias do Nordeste, que ultrapassa US$4 bilhões e representa 6% do que o Brasil exporta do setor: 

   

   

  

Período entre 2015 e 2017 

  

Destacam-se as frutas e castanhas, que ocupam 59% das exportações nacionais, e cacau e derivados, responsável por 85% das exportações do Brasil. 

Não só de agropecuária vivem as exportações nordestinas. Em 2019, as exportações cearenses continuaram a ser lideradas pelos produtos metalúrgicos, somando US$1.208 bilhão e respondendo por 53,36% do total exportado pelo estado. Os principais produtos exportados desse grupo foram “semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular, que contenham, em peso, menos de 0,25%”, cuja participação foi de 85%. 

Contudo, as exportações nordestinas e de seus estados estão, de fato, concentradas em produtos Não Industriais ou de Baixa e Média Intensidade Tecnológica, representadas, principalmente, pelas commodities agrícolas, minerais e energéticas e pelas indústrias tradicionais.  

Portanto, quando falamos de Nordeste e exportação, falamos de uma região do tamanho do Amazonas muito rica e preciosa para o Brasil, que deve ser sempre lembrada por sua grande importância nacional.